Além de
elementos orgânicos, 4% da composição corporal consistem em elementos
essencialmente metálicos denominados coletivamente de minerais, que funcionam
como componentes das enzimas, vitaminas e dos hormônios; se combinam com outras
substancias químicas ou existem isoladamente livres nos fluidos corporais.
Os minerais
essenciais à vida incluem sete minerais principais (IDR >100 mg) e
oligoelementos, traços, (IDR < 100 mg). Assim como as vitaminas, a ingestão
excessiva não desempenha qualquer finalidade fisiológica útil e
pode até produzir efeitos tóxicos. Os minerais desempenham três papéis
proeminentes no corpo:
- Proporcionam a estrutura na formação dos ossos e dos dentes
- Em termos de
função, ajudam a manter o ritmo cardíaco normal, a contratilidade
muscular, a condutividade neural e o equilíbrio ácido-básico
- Regulam o metabolismo celular tornando-se parte das enzimas e dos hormônios que
modulam a atividade celular.
A quelação,
definida como um processo onde o mineral é envolvido pelos aminoácidos,
formando uma espécie de esfera com o metal no centro, evitando que reaja com
outras substâncias. É um processo natural pelo qual os elementos inorgânicos
minerais são transformados em formas orgânicas, que podem ser perfeitamente
absorvidas pelas vilosidades intestinais passando, deste modo, à corrente
sanguínea. Nesta forma, são absorvidos minerais como o cálcio, ferro, magnésio,
etc., ou seja, unidos a aminoácidos procedentes da digestão da proteína.
Os minerais
participam de processos anabólicos e catabólicos no organismo. Ativam as
reações que liberam energia durante o catabolismo dos carboidratos, das
gorduras e das proteínas. São também, componentes importantes dos hormônio e além disso, os minerais participam na síntese dos
nutrientes biológicos – glicogênio a partir da glicose, triglicerídeos a partir
dos ácidos graxos e do glicerol a partir dos aminoácidos. A falta dos mesmos rompe o delicado equilíbrio entre catabolismo e anabolismo; uma produção
insuficiente de tiroxina em virtude da insuficiência de iodo, por exemplo,
acarreta uma lentidão significativa do metabolismo de repouso do corpo. Em
casos extremos pode levar a uma predisposição a obesidade. A síntese da
insulina requer a presença de zinco, enquanto o mineral cloro forma o ácido
digestivo conhecido como ácido clorídrico.
O corpo varia
em sua capacidade de absorver e utilizar os minerais existentes no alimento.
Por exemplo, o espinafre contém uma quantidade considerável de cálcio, porém
somente 5% acabam sendo absorvidos. O mesmo vale para o ferro
dietético, que o intestino absorve com uma eficiência média de 5 a 10%. Os fatores que afetam
a biodisponibilidade dos minerais existentes no alimento incluem:
Tipo de alimento: o intestino
delgado absorve prontamente os minerais contidos nos produtos animais, pois
estes não possuem os fixadores vegetais e as fibras dietéticas que dificultam a
digestão e a absorção. Além disso, os alimentos de origem animal contém altas
concentrações de minerais (exceto magnésio, cuja concentração é maior nos
vegetais).
Interação mineral-mineral:
muitos minerais possuem o mesmo peso molecular e, portanto, competem pela
absorção intestinal. Isso torna desaconselhável a ingestão excessiva de um
determinado mineral, pois poderia retardar a absorção de outro mineral.
Interação vitamina-mineral:
várias vitaminas interagem com os minerais de uma maneira que afeta a biodisponiblidade
dos minerais. De uma perspectiva positivam, a vitamina D facilita a absorção de
cálcio, enquanto a vitamina C aprimora a absorção de ferro.
Interação fibra-mineral: uma
alta ingestão de fibras retarda a absorção de alguns minerais. Por se unirem a
eles e fazerem com que passem pelo trato digestivo sem serem absorvidos.
Estudos
indicam que a suplementação mineral crônica não aprimora o desempenho físico em
indivíduos ativos e bem nutridos. A perda de suor durante o exercício vigoroso
desencadeia uma liberação rápida e coordenada dos hormônios vasopressina,
renina e aldosterona, que reduzem a perda de sódio e água através dos rins. Uma
dieta equilibrada e a ingestão ótima de minerais na alimentação dispensa a
ingestão de bebidas energéticas durante a realização de exercícios intensos
visando à reposição de dos mesmos perdidos na transpiração.
O exercício
extenuante pode levar a uma depleção da quantidade de oligoelementos no
organismo, o que não necessita necessariamente de uma suplementação de minerais
acima dos valores recomendados, entretanto atletas devem monitorar
constantemente a ingestão dietética desses elementos a fim de prevenir uma
deficiência óbvia. No que concerne à suplementação, como o ferro, o zinco e o
cobre interagem mutuamente e competem pelo mesmo carreador durante a absorção
intestinal, uma ingestão excessiva de um desses minerais pode acarretar
deficiência nos outros.
Referências Bibliográficas:
LEHNINGER,
A. Princípios
de bioquímica. São Paulo: Sarvier,
1990. 725p.
MCARDLE,
W.; KATCH, F.; KATCH, V.
Fisiologia do exercício. 5. ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
1113p
Postado por: Tiago Amaral
Nenhum comentário:
Postar um comentário