quarta-feira, 12 de junho de 2013

Um “corpo de ferro”! Os minerais, a energia e o desempenho humano.


Além de elementos orgânicos, 4% da composição corporal consistem em elementos essencialmente metálicos denominados coletivamente de minerais, que funcionam como componentes das enzimas, vitaminas e dos hormônios; se combinam com outras substancias químicas ou existem isoladamente livres nos fluidos corporais.
Os minerais essenciais à vida incluem sete minerais principais (IDR >100 mg) e oligoelementos, traços, (IDR < 100 mg). Assim como as vitaminas, a ingestão excessiva não desempenha qualquer finalidade fisiológica útil e pode até produzir efeitos tóxicos. Os minerais desempenham três papéis proeminentes no corpo:
- Proporcionam a estrutura na formação dos ossos e dos dentes
- Em termos de função, ajudam a manter o ritmo cardíaco normal, a contratilidade muscular, a condutividade neural e o equilíbrio ácido-básico
- Regulam o metabolismo celular tornando-se parte das enzimas e dos hormônios que modulam a atividade celular.


A quelação, definida como um processo onde o mineral é envolvido pelos aminoácidos, formando uma espécie de esfera com o metal no centro, evitando que reaja com outras substâncias. É um processo natural pelo qual os elementos inorgânicos minerais são transformados em formas orgânicas, que podem ser perfeitamente absorvidas pelas vilosidades intestinais passando, deste modo, à corrente sanguínea. Nesta forma, são absorvidos minerais como o cálcio, ferro, magnésio, etc., ou seja, unidos a aminoácidos procedentes da digestão da proteína.
Os minerais participam de processos anabólicos e catabólicos no organismo. Ativam as reações que liberam energia durante o catabolismo dos carboidratos, das gorduras e das proteínas. São também, componentes importantes dos hormônio e além disso, os minerais participam na síntese dos nutrientes biológicos – glicogênio a partir da glicose, triglicerídeos a partir dos ácidos graxos e do glicerol a partir dos aminoácidos. A falta dos mesmos rompe o delicado equilíbrio entre catabolismo e anabolismo; uma produção insuficiente de tiroxina em virtude da insuficiência de iodo, por exemplo, acarreta uma lentidão significativa do metabolismo de repouso do corpo. Em casos extremos pode levar a uma predisposição a obesidade. A síntese da insulina requer a presença de zinco, enquanto o mineral cloro forma o ácido digestivo conhecido como ácido clorídrico.
O corpo varia em sua capacidade de absorver e utilizar os minerais existentes no alimento. Por exemplo, o espinafre contém uma quantidade considerável de cálcio, porém somente 5% acabam sendo absorvidos. O mesmo vale para o ferro dietético, que o intestino absorve com uma eficiência média de 5 a 10%. Os fatores que afetam a biodisponibilidade dos minerais existentes no alimento incluem:
Tipo de alimento: o intestino delgado absorve prontamente os minerais contidos nos produtos animais, pois estes não possuem os fixadores vegetais e as fibras dietéticas que dificultam a digestão e a absorção. Além disso, os alimentos de origem animal contém altas concentrações de minerais (exceto magnésio, cuja concentração é maior nos vegetais).
Interação mineral-mineral: muitos minerais possuem o mesmo peso molecular e, portanto, competem pela absorção intestinal. Isso torna desaconselhável a ingestão excessiva de um determinado mineral, pois poderia retardar a absorção de outro mineral.
Interação vitamina-mineral: várias vitaminas interagem com os minerais de uma maneira que afeta a biodisponiblidade dos minerais. De uma perspectiva positivam, a vitamina D facilita a absorção de cálcio, enquanto a vitamina C aprimora a absorção de ferro.
Interação fibra-mineral: uma alta ingestão de fibras retarda a absorção de alguns minerais. Por se unirem a eles e fazerem com que passem pelo trato digestivo sem serem absorvidos.

Estudos indicam que a suplementação mineral crônica não aprimora o desempenho físico em indivíduos ativos e bem nutridos. A perda de suor durante o exercício vigoroso desencadeia uma liberação rápida e coordenada dos hormônios vasopressina, renina e aldosterona, que reduzem a perda de sódio e água através dos rins. Uma dieta equilibrada e a ingestão ótima de minerais na alimentação dispensa a ingestão de bebidas energéticas durante a realização de exercícios intensos visando à reposição de dos mesmos perdidos na transpiração.

O exercício extenuante pode levar a uma depleção da quantidade de oligoelementos no organismo, o que não necessita necessariamente de uma suplementação de minerais acima dos valores recomendados, entretanto atletas devem monitorar constantemente a ingestão dietética desses elementos a fim de prevenir uma deficiência óbvia. No que concerne à suplementação, como o ferro, o zinco e o cobre interagem mutuamente e competem pelo mesmo carreador durante a absorção intestinal, uma ingestão excessiva de um desses minerais pode acarretar deficiência nos outros.  


Referências Bibliográficas: 
LEHNINGER, A.  Princípios de bioquímica.  São Paulo:  Sarvier,  1990.  725p.
MCARDLE, W.;  KATCH, F.;  KATCH, V.  Fisiologia do exercício.  5. ed.,  Rio de Janeiro:  Guanabara Koogan,  2003.  1113p

Postado por: Tiago Amaral

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